This article proposes a discussion about what concerns teaching practice and what distinguishes it from mere content transmission. In this sense, we start from the prognosis made by the CEO of OpenAI - the company behind the creation of ChatGPT, a digital tool for generating fluid, cohesive, and coherent answers - according to which this technology, in a few years, would replace teachers in classrooms. We seek to refute this idea by characterizing the relationship between the educator and their object of knowledge in what it can have of singular. Drawing on the notions of "love," by Jan Masschelein and Maarten Simons, and "character," as developed by Jorge Larrosa, we argue that teaching action, at least one that can truly claim to be so, is not limited to presenting answers; in fact, it has to do with a way of responding to the world - in other words, there is a kind of responsibility for a world. Finally, to illustrate what we have developed more theoretically in the first part of the text, we turn to a memory shared in an interview by writer Mia Couto about a primary school teacher: from the gestures of this teacher, taken here as a lesson, as an exemplary narrative, we outline the contours of what responsible teaching practice can be, and therefore, not replaceable by a tool that merely provides answers.
Este artículo propone una discusión sobre lo que concierne a la práctica docente y lo que la distingue de la simple transmisión de contenidos. En este sentido, partimos del pronóstico realizado por el CEO de OpenAI - la empresa detrás de la creación de ChatGPT, una herramienta digital para generar respuestas fluidas, cohesivas y coherentes - según el cual esta tecnología, en algunos años, reemplazaría a los maestros en las aulas. Buscamos refutar esta idea caracterizando la relación del educador con su objeto de conocimiento en lo que puede tener de singular. Utilizando las nociones de "amor", de Jan Masschelein y Maarten Simons, y de "carácter", según lo desarrollado por Jorge Larrosa, argumentamos que la acción docente, al menos una que realmente pueda afirmarse como tal, no se limita a presentar respuestas; de hecho, tiene que ver con una forma de responder al mundo, es decir, hay una especie de responsabilidad por un mundo. Finalmente, para ilustrar lo que hemos desarrollado de manera más teórica en la primera parte del texto, recurrimos a un recuerdo compartido en una entrevista por el escritor Mia Couto sobre un profesor de escuela primaria: a partir de los gestos de este docente, tomados aquí como una lección, como una narrativa ejemplar, delineamos los contornos de lo que puede ser la práctica docente responsable y, por lo tanto, no reemplazable por una herramienta que simplemente proporciona respuestas.
Este artigo propõe uma discussão acerca daquilo que diz respeito ao exercício docente e que o distingue da simples transmissão de conteúdos. Nesse sentido, partimos do prognóstico realizado pelo CEO da OpenAI — empresa por trás da criação do ChatGPT, uma ferramenta digital de geração de respostas fluidas, coesas e coerentes — segundo o qual essa tecnologia, em alguns anos, substituiria os professores em salas de aula. Buscamos aqui refutá-lo caracterizando a relação do educador com seu objeto de saber naquilo que ela pode ter de singular. Valendo-nos das noções de "amor", de Jan Masschelein e Maarten Simons, e de "caráter", conforme trabalhada por Jorge Larrosa, argumentamos no sentido de que a ação docente, ao menos uma que possa, de fato, reivindicar-se como tal, não se limita à apresentação de respostas; em realidade, ela tem a ver com uma forma de responder ao mundo — em outras palavras, há uma espécie de responsabilidade por um mundo. Ao final, para ilustrar o que desenvolvemos de maneira mais teórica na primeira parte do texto, recorremos a uma lembrança compartilhada em entrevista pelo escritor Mia Couto a propósito de um professor da escola primária: a partir dos gestos desse docente, tomados aqui como uma lição, como uma narrativa exemplar, esboçamos contornos do que pode ser o exercício docente responsável e, portanto, não substituível por um instrumento meramente fornecedor de respostas.
